O local onde foi construído o casarão, no sec. XIX era compreendido pela fazenda Santo Antonio de Rio novo, pertencente a Agostinho Gomes Prates e Maria Moreira Prates, provavelmente instalada na região por volta do inicio do sec. XIX. Por serem escravistas as fazendas da região foram entrando em decadência com a abolição da escravatura em 1888, e sendo vendidas aos “pedaços” para as famílias vindas da Itália no processo de imigração. A partir do ano de 1890 começaram a chegar os primeiros imigrantes na região compreendida pela fazenda Santo Antônio de Rio Novo, entre eles o primeiro morador e dono do casarão, João altoé que era casado com Mariana Zanette.
Acredita-se que o imóvel foi construído por volta do ano de 1900 com materiais provenientes das matas da região como, madeira de lei, as pedras da estrutura de sustentação, e a argila utilizada no reboco. Segundo um dos proprietários do imóvel as telhas da cobertura provavelmente vieram da Europa. A estrutura da casa acompanha os modelos da época em que era bem comum a construção de sobrados com muitos quartos pelo fato de morarem na casa toda família que geralmente era bem grande.
Por se tratar de uma família muito grande não é fácil definir um proprietário
em especial para o casarão, mais sim os mais influentes que foram Giovanni Altoé (João Altoé), seu filho do segundo casamento com a italiana Maria Zavarize, Hermínio Altoé e seu Neto Jose Hermínio Altoé. Hoje o casarão se encontra aos cuidados de caseiros.
Por estar em ótimo estado de conservação o casarão ainda conserva em seu interior algumas mobílias originais como armários, a mesa da sala de estar, a cama e o guarda roupas do quarto principal, alem de baús e maquinas de costura manuais sendo uma delas vinda da Inglaterra.
Atualmente a casa esta localizada na Rua Hermínio Altoé no distrito de Jaciguá, que se encontra no local onde era a fazenda Santo Antonio de Rio Novo que passou a se chamar Distrito da Estação Virgínea após a inauguração da estação de Virginia em 1910 com a construção da estrada de ferro. E em 1943 passa a se chamar Distrito de Jaciguá.
Desde sua construção o casarão serve de moradia, Mas também já foi “palco” de muitas festas de são João Batista, onde no terrerão que existia e frente ao sobrado se reunia toda a comunidade para homenagear o padroeiro. Nesses festejos geralmente vinha uma banda musical de Cachoeiro, onde ao invés de bailes se dançava o jongo tendo os negros como figuras principais, também se acendiam as famosas fogueiras de São João, soltavam muitos fogos e balões. Nas noites de luar as pessoas se juntavam na frente do casarão para cantarem cantigas de roda entre rapazes e moças alem de disputas de versos.
Hoje basta-nos apenas recordar e registrar as tradições e relíquias de toda uma época que hoje se mantém vivas na memória de muitos e expressas em grandes obras preservadas, que são de inestimável valor para a preservação de toda uma cultura que esta se perdendo no tempo.
Felipe Altoé - Graduando em História
Tarcisio U. Lodi - Graduando em História
