Superando todas as expectativas, o feriado de Tiradentes, foi marcado por milhares de expressões de fé à Nossa Senhora da Penha, nas atividades do 5º dia do Oitavário da Festa da Penha 2022, no Campinho do Convento da Penha. Além de fiéis de Vila Velha e de toda a Grande Vitória, romeiros da área pastoral Serra / Fundão, marcaram presença e animaram a Celebração da Eucaristia. Sacerdotes e diáconos foram acolhidos pela fraternidade franciscana na Penha.
Padre Tárcio Siqueira Rosa, da Paróquia Bom Pastor de Serra, foi presidente da Celebração e o Padre André de Paiva Oliveira, da Paróquia Epifania do Senhor aos Reis Magos da Serra, foi o pregador. Os presbíteros, diáconos e seminaristas desta Área Pastoral concelebraram, juntamente com Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, o Guardião do Convento Frei Djalmo Fuck, os frades do Convento da Penha e da Província da Imaculada.
Padre André destacou a celebração presencial da Festa da Penha neste ano de 2022 e o tema geral que, segundo ele, é muito propício, haja vista que estamos passando a pandemia: “Saúde dos enfermos, rogai por nós” e, nesta tarde, o subtema: “A saúde das relações”. Nesta Missa, rezou-se pelas vítimas do desabamento de um prédio de três andares em Cristóvão Colombo, em Vila Velha, na Grande Vitória, na manhã desta quinta-feira (21).
“Mas temos muito que olhar e contemplar no horizonte desta Festa que não começou ontem. Já são mais de 400 anos e não acaba amanhã porque é de Deus e perdurará na história do nosso povo”, ressaltou.
“Mas uma Festa que nos desafia a uma reflexão a cerca daquela que é nossa relação com Deus. Vivemos num mundo muito marcado por relações, é verdade, mas a primeira de todas, a nossa relação com Deus, muitas vezes é deixada de lado, ocultada, ofuscada, por causa da nossa relação intra-pessoal. A relação conosco, porque muitas vezes somos muito duros, muito rígidos, somos carrascos de nós mesmos, por isso adoecemos”, observou.
“Quantas vezes Deus não olhou para a humanidade que ele criou, bela e perfeita, imagem e semelhança, e a viu por vontade própria marcada pelo pecado. Tudo isso está ao largo desta Festa que celebramos. E, de repente, porque queríamos trazer a cura, Deus nos deu a Virgem Maria. Ela é aquela escolhida por Deus, no meio dos mais pobres, podemos até exagerar na palavra e dizer no meio dos insignificantes, Deus recorre a Maria e nela prefigura toda a nova humanidade. Ela vai ser o auxílio para todos os cristãos diante da dor, da doença e do medo, diante da recusa daquilo que é a vontade do pai. Quantas vezes, amados irmãos e irmãs, não fomos nós também aqueles que preferimos enveredar pelo caminho da doença. Quantas vezes não fomos nós que fizemos crescer a fila daqueles que se orgulham das doenças que carregam”, questionou.
Passados por essa realidade, segundo o pregador, nós olhamos para a Virgem. “Que beleza, olhamos para esta colina e encontramos lá em cima a Virgem das Alegrias, a Senhora da Penha. Ela, que é a saúde dos enfermos, vai agora nos fazer entender que não é o programa de Deus, não é de Deus para a nossa vida a enfermidade. Pelo contrário. Fomos nós que a buscamos quando nos desviamos do caminho da salvação. Fomos nós que perseguimos aquilo que adormece e adoece o corpo e alma quando esquecemos que o Filho bendito de Maria é esse autor da vida”, disse.
Segundo Padre André, Maria é a saúde dos enfermos para aqueles enfermos que buscam em seu filho bendito a cura, a salvação: “Buscar a verdadeira saúde do corpo e da alma passa diretamente por essa contemplação da Virgem Maria, porque ela é aquela que nos aponta para o seu filho que nos traz a paz”.
“Quantas vezes as nossas relações são marcadas pelo ódio, pelo desejo de vingança, ou pelo medo de estender a mão. Tem gente que prefere ficar olhando para baixo, contemplando o túmulo, porque não tem a coragem de sair da sua sepultura, porque não têm coragem de buscar relações que sejam abertas à vida, abertas à graça de Deus e não fechadas, ensimesmadas, vaidosas e orgulhosas, marcadas por tudo aquilo que não condiz com este projeto de Deus, pelo qual nós somos agora impelidos a sair mundo afora, proclamando a tudo e a todos que o Senhor ressuscitou verdadeiramente, que o filho bendito da Virgem Maria, que nos traz a salvação, é aquele que nos convida a irmos e não ficarmos paralisados. De fato, celebrar a Festa da Virgem da Penha de forma presencial é um novo sabor, traz consigo uma nova espécie de ânimo. Agora, que este ânimo não seja da vaidade, não seja um ânimo de um orgulho ferido, mas seja um ânimo marcado pela força do espírito”, concluiu.