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A autonomia no amor

po REDAÇÃO TAMPA CAPIXABA
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Os relacionamentos vivenciados atualmente trazem na maioria das vezes os dramas e as dores que o cinema e as telenovelas apresentam, mostrando que nas nossas relações afetivas criamos laços de dependência e fortes vínculos emocionais. Entretanto, tais questões devem ser avaliadas quando se tornam dominantes e capazes de desenvolver traços depressivos que impeçam que esse indivíduo viva suas relações sociais se tornando incapaz de reagir às frustrações que um relacionamento amoroso pode causar.

Elivane Santos

Elivane santos estudante de psicologia e colunista tampa capixaba.


Os sofrimentos e tristezas que os conflitos de relacionamentos causam, pode ser colocado, como algo comum e normal, pois, fazem parte das relações e da necessidade emocional que cada pessoa desenvolve no decorrer de sua vida, sendo essa uma questão vivenciada de forma individual e correspondente ao contexto familiar, social e cultural de cada um.
De acordo com a mídia é bonito e nobre sofrer por amor, aliás, essa é uma colocação comum na nossa sociedade, a boa protagonista da televisão é aquela que sofre que chora que tudo espera e supera em nome do amor. Contudo, cabe pensarmos e refletirmos sobre essas atitudes que podem se tornar sérias e desnecessárias dentro das vivencias afetivas que desenvolvemos.
Não é fácil escrever ou falar de algo que é antes de tudo filosofia, religião e cultura, que perpassa as explicações Psicológicas e científicas, que está além de uma explicação lógica ou racional, entretanto, o amor, ainda é algo humano, que é feito dentro das nossas rupturas psíquicas e relações sociais. E cabe a cada um de nós pensarmos e analisarmos o que é melhor para nós e podermos escolher por meio desta reflexão o que realmente queremos para fazer parte da nossa vida.
A autonomia que devemos construir no amor está ligada as condições de estarmos cientes e conhecedores dos nossos limites e entendermos que por mais belo, forte e incrível que o amor possa se fazer, ele não pode ditar as regras de todas as nossas atitudes e nem ser a explicação para nos entregarmos as tristezas, frustrações ou situações em que não somos capazes de reagir. O amor antes de tudo deve ser vivido com autonomia, com prazer, motivação e amadurecimentos.
Os relacionamentos é a base para nossa vida coletiva social, em tudo que realizamos estudos, trabalhos, viagens, famílias, religião, encontros cotidianos e relações amorosas entre outros somos constantemente influenciados e atravessados pelas questões afetivas. Desta forma, quando nos envolvemos numa relação amorosa estamos na busca de completamos em nós a falta que constituímos diante das diversas frustrações que o meio nos causa, estando esta, ligada a forma como estamos vivendo e nos constituindo como seres movidos por necessidades biológicas, Psíquicas e emocionais.
O amor então não é simplesmente poesia, magia, filosofia e arte, é algo que está presente na nossa estrutura humana, interligada aos fatores culturais e sociais que vai nos formar valores, representações e uma maneira de pensar e viver. Contudo, tais sentimentos tornam-se complexos e ambivalentes, ou seja, ao mesmo tempo em que causa o prazer, o bem estar, pode vim acompanhado de angústias e dificuldades em lidarmos com o que realmente sentimos pelo o outro. Essas situações ocorrem por que o amor é algo subjetivo, sentimos de forma diferente que o outro, por isso aquilo que queremos que pensamos que é importante, que pode ser bom para nós, para o outro não é, e essa realidade afetiva deve ser vivenciado com autonomia. Pois, por meio dela poderemos resolver e superar as frustrações originadas dessas diferenças e conflitos que os relacionamentos podem causar.
A autonomia nos permite entendermos as diferenças de pensamento e vontade que temos, e com isso ter um olhar diferente do que o outro sente e almeja de nós e da relação que se constitui. Desta forma, ter autonomia é manter o equilíbrio e a capacidade de reagir diante dos problemas e impasses que enfrentamos dentro de uma relação amorosa, podendo superar as dificuldades e desenvolver amadurecimento e compreensão das necessidades e da forma como lidar com determinadas situações e problemas.
Portanto, a autonomia no amor, é um passo importante para vivenciarmos bem nossas relações e ela pode ser adquirida pela nossa capacidade de reflexão e esforço  de compreendermos o outro, nos permitindo passarmos por mudanças e desenvolvermos meios de lidarmos com os nossos relacionamentos. Possibilitando dessa forma, adquirirmos autonomia não apenas dentro das questões amorosas, mas também na maneira de pensarmos, de agirmos, de desejarmos e realizarmos escolhas que irão constituir diversas das nossas relações dentro da sociedade.

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